quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Empresas se beneficiam ao recuperar empregados dependentes químicos Subtitulo: Especialista americana debate o uso de drogas no trabalho

Elizabeth Edwards, coordenadora de Programas de Redução de Demanda do Uso de Drogas em locais de trabalho nas Escolas do Arizona, Estados Unidos, veio ao Brasil a convite do Consulado Geral americano no Rio de Janeiro para debater os problemas relacionados às questões de álcool, tabaco e outras drogas no local de trabalho. Empresas brasileiras promoveram, nos dias 10 e 11 de maio, o II Encontro Interativo de Empresas.
Segundo Elizabeth, há uma grande necessidade de políticas de redução de demanda de drogas no local de trabalho devido à queda da produtividade dos funcionários usuários de drogas.”Esse comportamento é intolerável”, declara a coordenadora.
Para conscientizar o empresário de que é necessário apoio e não apenas demitir o funcionário, é preciso mostrar que os custos para contratar novos empregados e realizar novos treinamentos é mais caro do que recuperar um usuário de drogas.
O maior benefício, observado em empresas americanas, é a redução de 75% nos problemas no trabalho depois do tratamento. Uma análise da empresa General Motors Corporation sobre faltas por doença apontou que a média de usuários de drogas é de 40 dias por ano, enquanto a média de não usuários é de 4,5 dias.
O efeito da política sem drogas no local de trabalho acontece em vários níveis. Beneficia a empresa, os funcionários, as famílias e a comunidade. “Muitas vezes, o supervisor faz o curso para orientar e identificar usuários entre os funcionários da empresa e percebe que têm pessoas de convívio familiar com o problema”, afirmou Elizabeth.
Segundo a Pesquisa Nacional sobre o Uso de Drogas e Saúde do Departamento de Saúde e Serviço Social dos Estados Unidos, 74,3% dos usuários de drogas ilícitas estão empregados. O impacto anual na economia americana é devastador. Estima-se que o abuso de drogas custe anualmente aos Estados Unidos entre U$ 60 e 100 bilhões, conforme dados da mesma pesquisa.
Os testes para detecção são um passo importante para o programa de redução e são aplicados de acordo com a necessidade da empresa. Identificam cinco tipos – maconha é uma delas. O álcool, droga mais usada no ambiente de trabalho, é identificado somente através do bafômetro. Após dois anos da implementação de um programa de testes em uma empresa do setor de construção civil dos EUA, foi observada uma redução de 51% nos acidentes de trabalho. Os executivos das empresas participantes do programa de teste afirmaram que os benefícios superam os custos do programa.
Postada no site Na Prática - IESB em 19/05/2005